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A Viagem para a Argentina e o Encontro com o "Macaco Sem Rabo"

Em 20 de novembro de 1922, novamente modificado, o conjunto embarcou para a Argentina, com a seguinte formação: Pixinguinha (flauta e saxofone), José Alves (bandolim e ganzá), J. Thomaz (bateria), China (violão e voz), Donga (violão e banjo), Josué de Barros (violão), J. Ribas (piano) e Nelson Alves (cavaquinho). O êxito da Europa se repetiu.
A temporada argentina foi tão longa quanto a de Paris, começando, com enorme êxito, no dia 7 de dezembro. O grupo gravou dez discos na RCA Victor argentina. A linguagem do jazz invadia o mundo e o Brasil não era exceção. Surge, então, a orquestra “Os Batutas”. Entraram, também, na onda do fox-trote para poder competir com outras bandas. Capricharam em um visual maneiro com bons ternos e gel no cabelo. De norte a sul, o país dançava com a algazarra do novo som da orquestra, um som massudo, que passou a tocar jazz no repertório, além do tradicional choro.
O sucesso foi grande, mas as divergências foram maiores, e o grupo se dividiu, ficando metade sob a liderança de Pixinguinha e China, e a outra metade com Donga e Nelson Alves. O grupo liderado por Pixinguinha ficou na Argentina, enquanto que a outra parte liderada por Donga voltou ao Brasil. Os que na Argentina ficaram tiveram sérios problemas de sobrevivência. Depois de levar um golpe de um empresário que fugiu com todo o dinheiro do grupo, a única saída era apelar. E foi o que eles fizeram. Josué de Barros (que alguns anos depois seria o descobridor de Carmen Miranda) resolveu dar uma de faquir, ficando enterrado vivo durante dez dias, para ver se arranjavam dinheiro para pelo menos voltar para o Brasil, mas no terceiro ou quarto dia teve que desistir da idéia, pois o calor era grande e a esposa do chefe de polícia, sensibilizada, pediu que ele desistisse.
Os Batutas acabaram por empenhar os instrumentos e foram obrigados a ficar um bom tempo vadiando pelas ruas de Buenos Aires até arranjarem uma forma de arrecadar dinheiro suficiente para voltar para o Brasil.
O retorno ao Brasil se deu com a ajuda do consulado brasileiro em Buenos Aires.

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