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O Primeiro Orquestrador da Música Brasilera


Pixinguinha levou o título de ser o primeiro orquestrador da Música Popular Brasileira. É dele a famosa introdução da música O teu cabelo não nega, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença e de Taí, de Joubert de Carvalho (sucesso lançado por Carmen Miranda). Ou seja, ele pode ser considerado co-autor de dezenas de músicas as quais lhe coube a "função" de escrever as introduções. Em 1929, quando foi contratado pela RCA Victor para ser orquestrador exclusivo da gravadora, inaugurou essa prática ainda não existente no Brasil.
Diante do conselho de vários de seus amigos, Pixinguinha foi fazer um curso de música, para adquirir um pouco de teoria e recebeu o diploma em outubro de 1933. Foi quando recebeu um convite para assumir o cargo de fiscal da Limpeza Urbana Pública, mas não para cuidar da limpeza da cidade, e sim para que ele fundasse uma banda, a Banda Municipal. Mas como não combinava, o litro de pinga que ele tomava antes de cada ensaio, com a disciplina militar da banda, e ainda somando sua ojeriza em usar a farda com botas de cano longo, foi logo transferido para a carreira burocrática, que escalou, passo a passo, até se aposentar, em 1966 como Professor de Artes.
Em 1946, Pixinguinha, com as mãos trêmulas devido à bebida e sem embocadura, trocou a flauta pelo saxofone definitivamente. Unindo-se ao flautista Benedito Lacerda, formou uma dupla que gerou muitos comentários e dúvidas nos meios musicais, porque a fama de Benedito era de apossar-se de músicas alheias. Ao que parece, Benedito e Pixinguinha fizeram um acordo. Sem dinheiro para pagar a casa que havia comprado e que estava hipotecada, Pixinguinha recorreu ao amigo que lhe conseguiu o dinheiro, em troca de parceria.
Pixinguinha também fez a trilha sonora de dois filmes: Sol sobre a lama de Alex Vianny e Um dia qualquer.
Em 1956 Pixinguinha recebeu a homenagem do prefeito Negrão de Lima, através da inauguração da rua Pixinguinha, em Olaria, onde morava o compositor.
Foi na terceira complicação cardíaca, em 1964, que Pixinguinha teve que ficar internado por mais de um mês, além de ter que abdicar à bebida, comida e parar de tocar saxofone, retornando a seus velhos hábitos dois anos depois. Quando o médico, algum tempo depois, lhe deu alta para tocar saxofone novamente, Pixinguinha chorou. Enquanto esteve hospitalizado, Pixinguinha compôs 20 músicas, e para cada uma dava um título relacionado com alguma coisa que acontecia no hospital. Uma delas, por exemplo, se chamou Manda brasa, expressão que ouviu da cozinheira, quando ia almoçar. Num momento que estava sozinho escreveu Solidão, e quando recebeu alta escreveu Vou pra casa.

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