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Em Paris a reação foi diferente.

Os franceses adoraram. O jornal "Le Journal" publicou: "Cet extraordinaire orchestre bresilienne, unique au monde, d’une gaité endiablée, composé de virtuoses surnommes les rois du rytme". Eles não tocaram somente no Sherazade, mas também no Palais des Affaires Publics. O público francês entusiasmou-se com o chorinho e o samba ainda “amaxixado” dos Batutas. Diversos músicos americanos de jazz e europeus famosos, como Harold de Bozzi, primeiro prêmio de flauta do Conservatório de Paris, faziam questão de ir cumprimentar pessoalmente os integrantes do grupo “Les Batutas” pelo brilhantismo de suas apresentações.

No Brasil, as opiniões continuavam se dividindo: uns achavam um absurdo o País estar representado no exterior por seis negros e um branco, e outros aplaudiam os feitos dos rapazes que chegavam ao povo através da imprensa. Após cada apresentação, os espectadores ovacionavam, de pé, os nossos artistas. Essa temporada de oito meses em Paris foi uma fonte de inspiração. O grupo começou a experimentar o que ouviu dos grupos de jazz. Pixinguinha, depois de voltar ao Brasil, compôs músicas de estilo novo; como Lamento, desenvolveu sua arte de arranjo e, trocou a flauta pelo sax.

No dia 1.º de agosto de 1922, regressavam ao País a bordo do navio Lutetia, para participar dos festejos da Exposição do Centenário da Independência. Os Batutas mantiveram ligações relevantes com colegas norte-americanos. Apenas com estes, em uma cidade como Paris, em que se encontravam músicos de toda parte do mundo. As influências do jazz, sofridas no exterior, tornaram-se logo evidentes, pela inclusão de clarinetas, trompetes e saxofones, pela utilização de arranjos instrumentais no estilo das jazz-bands e pelas alterações no repertório, que passou a incluir ragtimes, fox-trots, shimmys e outros ritmos estrangeiros da moda, passando, ainda, a usar o estilo de arranjo de jazz-band


A estadia na Europa e o debate gerado aqui no Brasil em torno da viagem significaram o auge de um movimento iniciado com a criação do grupo “Oito Batutas” em 1919, por meio do qual Pixinguinha foi confirmado como grande músico e a música produzida pelo grupo imediatamente reconhecida, tornando-se a seguir o âmago do universo do samba.
Desfrutando de grande prestígio e projeção internacional, com apresentações no Cabaré Assírio, no Jockey Club e no Teatro Lírico, na companhia de revista francesa Ba-Ta-Clan, no espetáculo Vila Paris, eram o grande destaque musical do país. Nessa ocasião, receberam convite de T. H. Cairo, diretor do Teatro Empire de Buenos Aires, para uma nova temporada no exterior - Argentina.

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